“É a história sendo escrita por um time que sai da galeria
dos grandes para entrar na galeria dos gigantes do futebol brasileiro” (Luís
Roberto, 18/09/19).
Essa fala supracitada foi dita
pelo conhecido locutor da Rede Globo após o gol de Rony, que sacramentava o Club
Athlético Paranaense como campeão da Copa do Brasil de 2019 depois de uma final
épica na qual o time paranaense engoliu o Internacional de Porto Alegre,
vencendo as duas partidas da decisão. A vitória também confirmou a maior fase
da história dessa instituição. O time que estava na série B em 2012 (há 7 anos
atrás) acumulou em duas temporadas (18/19) os seguintes títulos:
· Intercontinental (J.League YBC
Levain Cup/CONMEBOL Sudamericana conquistada no Japão em 2019);
·
Continental (Copa Sul-americana 2018);
·
Nacional (Copa do Brasil 2019);
·
Estaduais (atual Bicampeão do campeonato
paranaense – 18/19).
Além disso, o clube parece que
virou exemplo de gestão no futebol brasileiro com estádio moderno (sendo, de
fato, o primeiro campo brasileiro a adotar a política do “naming rights” a partir da parceria com a Kyocera), padrão FIFA,
com grama sintética, etc. (além de ter sido apontada como uma das poucas obras
da Copa a serem feitas de forma legal, ou seja, não sendo confirmada
irregularidade alguma).
O clube também se utiliza de uma gestão que virou
exemplo nacional de organização e de ser “à frente do tempo” para os padrões
brasileiros, tendo votado a favor do número definitivo de inscrições de jogadores
por temporada do campeonato brasileiro (regra que vem sendo empregada por
muitos países de futebol com influência internacional). Além disso, o clube se
mostrou como um dos primeiros a tentar bater de frente com o monopólio do grupo
Globo na transmissão do futebol brasileiro da Série A, assinando com agora
concorrente Esporte Interativo.
O CAP (como é popularmente
chamado) também virou exemplo em inovação, tendo mudado o nome do time (de
Atlético para Athlético), o escudo do clube, as cores dos segundo e terceiro
padrões das equipes, aumentado categoricamente o número de sócios na
atualidade, salários em dia, e tendo até pessoas influentes dentro do clube informando
a possibilidade de alteração das cores históricas de uma instituição que em
2024 completará 100 anos de existência.
O clube passou a ser referência
também em retorno de investimentos em jovens promessas. Em pouco tempo, o clube
tornou populares nomes desconhecidos como Santos, Bruno Guimarães, Renan Lodi
(todos esses recém convocados pela seleção brasileira), Léo Pereira, Marcelo Cirino, etc., tendo
a formação de seu plantel profissional uma porcentagem categórica de jogadores
formados pelo próprio clube. Atrelado a isso, a equipe conta também com
jogadores consagrados com passagens em grandes clubes e pelas seleções como o
argentino Lucho González, e o recém-chegado Adriano, que teve passagem pelo Barcelona
da Espanha.
Por fim, o time aumentou sua
receita de forma considerável nos últimos anos, conseguindo grandes
patrocinadores e aumentando ainda mais a distância para os seus rivais no
Estado e na capital. A distância realmente tornou-se tão grande a ponto de
parecer estar a anos-luz dos seus concorrentes de tal modo que se tornou bi
campeão em seu Estado usando apenas o time de aspirantes, ou seja, sem precisar
usar sua equipe A para ser campeão.
Todavia, poderia citar aqui diversos exemplos
de boas gestões, que passaram a capitalizar mais recursos, menos dívidas,
aumento de número de sócios, entre outros fatores, e mesmo assim serem clubes
que, no máximo, atingem o patamar mediano no cenário do futebol brasileiro.
Desse modo, a pergunta necessária a ser feita é: de onde vem esse crescimento
assombroso do Athlético Paranaense nos últimos anos? Ou, dito de outra forma,
quais os caminhos tornaram possíveis para que o CAP “rompesse a barreira,
entrando na lista dos gigantes” (Luís Roberto, 18/09/19).
Nesse ínterim, o
texto aqui apresenta dois momentos desse clube, a fim de comprovar a hipótese
de que o CAHP é “filho do
bolsonarismo”. Talvez você esteja pensando: “mas, o que uma coisa tem a ver com
outra?!” Parafraseando Shakespeare, “há mais coisas entre duas barras do que
sonha nossa vã filosofia!”.
Como mencionado acima, o texto se
propõe a revelar dois momentos da história desse clube. O primeiro deles é a
passagem do Athlético de um time sem muita expressão para um grande clube do
futebol brasileiro. Torna-se importante colocar que na década de 1940 o CAP
ganhou 4 dos 10 títulos da década no Estado. Todavia, após isso, o clube passou
por uma seca categórica de títulos, conquistando apenas 2 títulos em 31 anos, passando,
assim, por um dos períodos mais nebulosos de sua história.
Ai entra em cena uma figura
importante para a história dessa instituição. Seu nome: Mario Celso Petraglia.
Gaúcho de nascimento, tornou-se apaixonado pelo clube desde cedo. Mario é
influência marcante no rubro-negro paranaense há décadas. Em 1995, assumiu a
gestão do clube e em menos de 10 anos encabeçou as obras da Arena da Baixada e
o CT do Caju. Interessante é que muitas das grandes obras e conquistas do clube
foram sob sua direção. Bem provável que no futuro o clube dedique nomes de
galerias ou outros monumentos em homenagem ao seu grande presidente.
É importante comentar também que
Petraglia tornou-se exemplo de gestor no país, sobretudo por uma mistura de
grande visionário com figura ilibada. Mas será mesmo?! Pouca gente sabe ou
lembra, mas em maio de 1997, o Jornal Nacional, da TV Globo, divulgou gravações
de telefonemas que desvendariam um esquema de corrupção dentro da CBF
supostamente envolvendo a venda de resultados de jogos e financiamento de
campanhas políticas. O pivô do escândalo foi o então presidente da Comissão
Nacional de Arbitragem, Ivens Mendes. As gravações mostravam Mendes pedindo R$
25 mil ao então presidente do Atlético-PR, Mario Celso Petraglia, sugerindo também
que o seu clube seria beneficiado em uma partida contra o Vasco pela Copa do
Brasil, vencida (coincidentemente) pelo Athlético (até então Atlético) por 3x1,
parecendo provar que o cartola Athléticano sabia bem os caminhos a serem
tomados para alcançar bons lugares no futebol brasileiro.
Antes de seguirmos falando de Mario
Celso Petraglia, é importante colocar que em 10 anos o clube que estava na
série B ganhou a segunda divisão de 1995 e em 2005 disputava uma final de Libertadores,
passando por um torneio seletivo da Taça Libertadores em 1999, um quarto lugar
da copa Sul-Minas em 2000, um título brasileiro em 2001, um vice campeonato da
copa Sul-Minas em 2002, a Copa Paraná em 1999 e 2003, um vice campeonato
brasileiro em 2004 e 5 títulos de campeonato estaduais (1998, 2000, 2001, 2002 e 2005). Por fim, o time
também ficou em terceiro lugar da Copa Sul-americana em 2006.
De fato, o Athlético-PR tornou-se
grande. Entretanto, o fato do clube já ter disputado 6 vezes a Série B do
campeonato brasileiro indica que a agremiação, ainda que grande, vive de
lampejos históricos e de um certo movimento pendular. Algo a mais deveria ser
feito a fim de que se tornasse um clube “gigante” do futebol brasileiro. E como
foi feito isso?! Como um clube que em 2012 estava numa série B do campeonato
brasileiro de repente renasce como uma Fênix e chega ao patamar que alçou nos
últimos anos? Nesse sentido, a figura de Petraglia mais uma vez entra em cena e
a resposta para essas perguntas deve passar por um entendimento político do
cenário atual brasileiro.
De forma objetiva, o atual
presidente do Clube Athlético Paranaense aliou-se ao bolsonarismo para
conseguir fazer com o que o clube alçasse voos mais altos. Cabe lembrar que no
ano passado o clube foi multado em 70 mil reais pelo Superior Tribunal de
Justiça Desportiva (STJD) por fazer apologia ao então candidato ao cargo de
presidente da república Jair Messias Bolsonaro, entrando em campo com camisas
amarelas que continham a seguinte frase: "vamos todos juntos por amor ao
Brasil" no duelo com o América-MG, um dia antes das eleições,
desrespeitando torcedores e funcionários que não concordavam com essa apologia.
Além disso, o clube rubro-negro
adotou como um dos seus padrões a cor amarela, a fim de auxiliá-lo numa
promoção indireta do marketing bolsonarista na época.
Outra fonte de alinhamento do CAP ao
bolsonarismo se dá pelas parcerias de patrocínios do clube nos últimos anos. O
clube há dois anos vem sendo patrocinado pela empresa HAVAN, que além de
estampar seu nome nas mangas das camisas do time ainda disponibiliza materiais
como, por exemplo, na final da Copa do Brasil, no jogo de ida na Arena da
Baixada, a empresa disponibilizou bastões que auxiliam o torcedor a bater palma
e a fazer festa (tornando-se um grande componente estético no estádio), ao
mesmo tempo em que divulgam a empresa.
Engraçado é que a HAVAN é chefiada
por uma controversa pessoa chamada Luciano Hang. Hang é uma figura hipócrita
que se veste de patriotismo, mas tem como carro-chefe da sua empresa a estátua
da liberdade norte-americana. Hang foi um patrocinador máster da
campanha do atual presidente da república. Dentre algumas ações, o mesmo
aparece em vídeos coagindo funcionários da empresa a votarem em seu candidato.
A tática é simples: um simples assalariado tem medo de perder o emprego. Diante
de uma situação dessa, você acha que um funcionário bateria de frente com essa
compreensão? Dificilmente! Ainda por cima, o trabalhador passa horas em uma
rotina estressante, sobrando para ele pouco espaço de tempo para a reflexão
acerca dos contextos políticos. Diante do dono da empresa (e de um discurso de
alguém “que está por cima”), entre outros fatores, o funcionário tende a ser influenciado
por essa tática.
Achando pouco, o próprio Luciano
Hang encabeçou o movimento de compartilhamento de “fake news” através de notícias absurdamente mentirosas, mas
precisas no impacto de produzir um sentimento de “anti-petismo”, ou, na
verdade, um sentimento anti qualquer coisa que pudesse comprometer a eleição de
um candidato que consegue comprometer-se por si só, bastando apenas abrir a
boca.
A razão é simples e aqui permita-me
fazer uma rápida digressão usando a análise de Nelson Tomazi e Marco Antônio
Rossi (2018) . Segundo os autores em questão, em 2014, foram entregues 26,5
milhões de declarações de Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF). Os maiores
milionários brasileiros, grupo de apenas 71.440 contribuintes (0,26%), os que
estão no topo da pirâmide, declararam faixa de renda superior a 160 salários
mínimos mensais. Juntos, eles detêm 29% do patrimônio e 22% da renda nacionais.
É como se cada um tivesse salário mensal de R$ 341 mil e patrimônio de R$ 17,6
milhões. Apesar de tanta riqueza, o imposto de renda pago por esse grupo
representou 5,5% da arrecadação total com IRPF. Para ficar ainda mais claro,
apesar de terem recebido R$ 196 bilhões como lucros e dividendos das empresas,
parcela isenta de pagamento de impostos, repassaram aos cofres públicos R$ 6,3
bilhões, apenas 3,2% do que arrecadaram. A justificativa para essa isenção é
evitar que o lucro, já tributado na empresa, seja novamente taxado quando se
converte em renda pessoal, com a distribuição de dividendos.
Além do peculiar regime de pagamento
de impostos, há ainda casos de sonegação fiscal, ou seja, situações em que o
contribuinte burla as regras do Fisco e deixa de pagar os tributos devidos.
Conforme dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, a dívida ativa junto
à União, que é o valor equivalente ao montante de impostos devido ao país, é de
um trilhão e 300 bilhões de reais (R$
1.300.000.000.000,00). Esse valor equivale ao que o governo está deixando de
arrecadar. Entre os devedores destacam-se 12.547 empresas que atuam nos mais
influentes segmentos da economia: indústria, comércio, finanças, agronegócio, construção,
entre outros. Elas representam menos de 1% das empresas do país, mas devem
atualmente em torno de R$ 700 bilhões em tributos, cerca de 60% do total da
dívida. Pelas razões expostas, a cobrança de impostos no Brasil configura-se
como mais uma forma de enriquecimento daqueles que já são ricos, o que
constitui uma fonte de manutenção e ampliação das desigualdades sociais no
tocante à renda.
E onde entra o “velho da HAVAN” nessa história?! Apoiador fanático do presidente, o indivíduo em questão não parece apoiá-lo por besteira. Além de fazer parte desse seleto grupo de pessoas que ganham muito e contribuem proporcionalmente pouco, e apoiando-se na falácia bolsonarista de que “é difícil ser empresário no país”, Hang comprou há pouco um jato Bombardier Global 6000, cujo valor foi 250 milhões de reais. A razão é aparentemente simples: Hang apoiou um candidato que vem promovendo (quase como pauta única, até então, de governo) uma reforma na previdência que ao invés de bater de frente a quem realmente deve e precisa pagar à União, ignora R$ 426 bilhões devidos por empresas ao INSS e coloca, em pontos categóricos do texto apresentado, a bagatela nas costas do pobre brasileiro. Nisso tudo, Hang, que tem uma dívida pública estipulada em 165 milhões pôde gozar de um financiamento dessa dívida em “pesados” 115 anos de parcelas.
Ademais, voltando ao assunto
principal, além da HAVAN, o Furacão (como é conhecido o clube paranaense) conta
também em sua camisa com os patrocínios da Copacol e Digi+, e do banco Renner,
de propriedade sabe de quem (como costuma narrar o próprio Luís Roberto, já
mencionado nesse texto)?! Do bispo da Igreja Universal, Edir Macedo. Sim! O
próprio bispo conhecido “do crente ao ateu” (como expressa a canção Gospel) por
extorquir dinheiro mediante a fé alheia, e que montou um império a partir dessa
tática crápula, tendo o próprio aparecido em diversos vídeos ensinando como
retirar essa grana de pobres fieis em busca de solução para a vida.
Ainda falando da igreja
Universal, que veio a público, em apologia (dessa feita por referenciais
espirituais) ao presidente da república para falar, como um oráculo, que os
demônios eram da esquerda e que os “mocinhos” eram “do outro lado da força”.
Agora, sabe quem se tornou patrocinadora máster da Record, que tem como dono o
próprio Edir Macedo? A HAVAN! Hang decidiu desembolsar uma quantia
significativa em empresas de telecomunicação alternativas ao grupo Globo, e que
comprasse a ideia de defender Jair Bolsonaro. Dentre essas empresas, o SBT e a
respectiva Record. Perceba! As coisas parecem se fechar!
Nesse sentido, Athlético
Paranaense virou “garoto propaganda” de um projeto político mais amplo, que tem
como égide dois pontos que se encaixam perfeitamente numa leitura rasa sobre o
time. O primeiro é a questão de ser exemplo, nesse caso para além dele, mas de
um contexto mais amplo. A cidade de Curitiba passou a ser exemplo de
organização, de transporte público, etc. Além disso, virou símbolo da luta contra
corrupção, sendo a cidade em que está preso o ex-presidente Luiz Inácio “Lula”
da Silva. Também é o lugar onde atuou Sérgio Fernando Moro, que embora
tenha nascido em Maringá-PR, foi juiz federal da
13ª Vara Criminal Federal de Curitiba,
sendo este também um símbolo contra corrupção (mesmo sendo um símbolo bem frágil,
visto que até a própria revista Veja parece ter voltado atrás de muitos dos
elogios dados ao mesmo).
É necessário falar também que o
Estado do Paraná teve uma diferença considerável entre candidatos no segundo
turno das eleições para presidente no ano passado. Bolsonaro venceu em 307 dos
399 municípios do Estado, obtendo mais de 4 milhões de votos e uma porcentagem
de 68,43% de votos válidos; porcentagem que aumenta quando se trata apenas da
capital paranaense: 76,54%.
Fora ser exemplo, do ponto de vista amplo, o CAP tornou-se também referência dentro do futebol em específico. O clube passou a ser exemplo de boa gestão, mas, ao que parece, essa boa gestão é mais uma mentira que se acredita de pessoas supostamente ilibadas. E aqui voltamos a falar de Mario Petraglia, que se apresenta como maior defensor da moralização do futebol brasileiro, mas que tinha duas empresas para compra e venda de jogadores em paraíso fiscal. Sim! Mário Celso Petraglia abriu no Panamá a “Soccer Development” e ainda a “The Soccer Consulting”, de acordo com os registros obtidos na Junta Comercial daquele país.
Nada de anormal ao relacionarmos cartolas do futebol brasileiro com a política. Basta lembrar de Luciano Bivar, deputado federal reeleito no Estado de Pernambuco (um dos mais votados) e que já foi presidente do Sport Club do Recife. Bivar sempre foi uma figura muito suspeita e corrupta, que admitiu vários casos de corrupção, como, por exemplo, o fato de ter pago dinheiro ilicitamente para que a CBF convocasse o volante Leomar para a seleção brasileira, em 2001, dentre tantos casos que fazem qualquer rubro-negro bolsonarista doente estranhá-lo. Bolsonarista?! Como assim?! Sim! Cabe lembrar que Luciano Bivar não é só associado, mas também presidente do PSL, partido do atual presidente da república.
Assim, o Athlético Paranaense é
um clube que vem se beneficiando desse conchavo político para galgar um outro patamar no cenário brasileiro, sobretudo
através de sua atual gestão que tenta passar uma ideia de ser ilibada e compromissada com a moral (típica égide do
Governo atual, bem como de seus patrocinadores).
Mas é bem verdade, isso vem
trazendo bons frutos ao CAP, obviamente. Nessa hipocrisia toda, o Athlético
pode lucrar mais de 100 milhões de reais no corrente ano:
·
Libertadores: R$ 16,03 milhões;
·
Recopa Sul-Americana: R$ 1,38 milhão;
·
Levain Cup (Copa Suruga): R$ 3,56 milhões;
·
Copa do Brasil: R$ 64,35 milhões;
· Brasileiro: R$ 15,5 milhões (se acabar na
posição atual, podendo até ganhar mais se melhorar no campeonato).
Por fim, o Instituto DataFolha
lançou uma pesquisa com o intuito de saber “o time de preferência dos
brasileiros”. Dividindo por região, a porcentagem assim ficou:
Perceba, na pesquisa não aparece
nenhum time sequer do Estado do Paraná. Todavia, a previsão é que isso mude, apresentando outros clubes, em especial um time que vem levantando a bandeira do “estou fazendo história”,
quando, na realidade “a história que está o fazendo”.